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								O CANCRO  
								
								No mundo inteiro, milhões de pessoas vivem com o 
								diagnóstico de cancro. 
								
								A investigação constante, numa área de 
								intervenção tão importante como o cancro é, 
								inquestionavelmente, necessária. Cada vez se 
								sabe mais sobre as suas causas, sobre a forma 
								como se desenvolve e cresce, ou seja, como 
								progride. Estão, também, a ser estudadas novas 
								formas de o prevenir, detectar e tratar, tendo 
								sempre em atenção a melhoria da qualidade de 
								vida das pessoas com cancro, durante e após o 
								tratamento. 
								
								  
								
								
								O QUE É O CANCRO?  
								
								O cancro é a proliferação anormal de células. 
								
								  
								
								O cancro tem início nas células; um conjunto de 
								células forma um tecido e, por sua vez, os 
								tecidos formam os órgãos do nosso corpo. 
								Normalmente, as células crescem e dividem-se 
								para formar novas células. No seu ciclo de vida, 
								as células envelhecem, morrem e são substituídas 
								por novas células. 
								
								  
								
								Algumas vezes, este processo ordeiro e 
								controlado corre mal: formam-se células novas, 
								sem que o organismo necessite e, ao mesmo tempo, 
								as células velhas não morrem. Este conjunto de 
								células extra forma um tumor. 
								
								Nem todos os tumores correspondem a cancro. Os 
								tumores podem ser benignos ou malignos. 
								
								  
								
								Os tumores benignos não são cancro: 
								
								Raramente põem a vida em risco; 
								
								Regra geral, podem ser removidos e, muitas 
								vezes, regridem; 
								
								As células dos tumores benignos não se 
								"espalham", ou seja, não se disseminam para os 
								tecidos em volta ou para outras partes do 
								organismo (metastização à distância). 
								
								  
								
								Os tumores malignos são cancro: 
								
								Regra geral são mais graves que os tumores 
								benignos; 
								
								Podem colocar a vida em risco; 
								
								  
								
								Podem, muitas vezes, ser removidos, embora 
								possam voltar a crescer; 
								
								As células dos tumores malignos podem invadir e 
								danificar os tecidos e órgãos circundantes; 
								podem, ainda, libertar-se do tumor primitivo 
								(primitivo) e entrar na corrente sanguínea ou no 
								sistema linfático - este é o processo de 
								metastização das células cancerígenas, a partir 
								do cancro original (tumor primário), formando 
								novos tumores noutros órgãos. 
								
								  
								
								O nome dado à maioria dos cancros provém do 
								tumor inicial. Por exemplo, o cancro do pulmão 
								tem início no pulmão e o cancro da mama tem 
								início na mama. O linfoma é um cancro que tem 
								início no sistema linfático e a leucemia tem 
								início nas células brancas do sangue 
								(leucócitos). 
								
								  
								
								As células cancerígenas podem "viajar" para 
								outros órgãos, através do sistema linfático ou 
								da corrente sanguínea. Quando o cancro 
								metastiza, o novo tumor tem o mesmo tipo de 
								células anormais do tumor primário. Por exemplo, 
								se o cancro da mama metastizar para os ossos, as 
								células cancerígenas nos ossos serão células de 
								cancro da mama; neste caso, estamos perante um 
								cancro da mama metastizado, e não um tumor 
								ósseo, devendo ser tratado como cancro da mama.  
								
								O CANCRO DA MAMA 
								
								O cancro da mama é o tipo de cancro mais comum 
								entre as mulheres (não considerando o cancro da 
								pele), e corresponde à segunda causa de morte 
								por cancro, na mulher. 
								
								  
								
								Em Portugal, anualmente são detectados cerca de 
								4500 novos casos de cancro da mama, e 1500 
								mulheres morrem com esta doença. 
								
								  
								
								O cancro da mama é uma das doenças com maior 
								impacto na nossa sociedade, não só por ser muito 
								frequente, e associado a uma imagem de grande 
								gravidade, mas também porque agride um órgão 
								cheio de simbolismo, na maternidade e na 
								feminilidade. 
								
								  
								
								Neste capítulo, poderá encontrar informação 
								importante sobre o cancro da mama. Serão 
								abordadas as causas possíveis, o rastreio, 
								sintomas, diagnóstico, tratamento, e 
								recuperação. Contém, ainda, informação para 
								ajudar as mulheres com cancro da mama a lidarem 
								com a doença. 
								
								Cancro da Mama no Homem 
								
								  
								
								Em Portugal, cerca de 1% de todos os cancros da 
								mama são no homem. Grande parte da informação 
								apresentada sobre o cancro da mama é, também, 
								aplicável a homens com cancro da mama. 
								
								  
								
								A investigação continua a esclarecer questões 
								relacionadas com o cancro da mama: são 
								descobertos novos dados acerca das suas causas e 
								novos modos de prevenir, detectar e tratar esta 
								doença. Assim, as pessoas com cancro da mama 
								podem esperar uma melhor qualidade de vida e 
								menor hipótese de morrer devido a esta doença.  
								
								
								A MAMA  
								
								A mama é uma glândula que pode produzir leite. 
								Cada mama assenta nos músculos do peito 
								(peitorais) que cobrem as costelas. 
								
								  
								
								Cada mama encontra-se dividida em 15 a 20 
								secções, os chamados lobos. Os lobos contêm 
								muitos lóbulos mais pequenos. Os lóbulos contêm 
								grupos de pequenas glândulas que produzem leite. 
								O leite flui dos lóbulos através de uns tubos 
								finos, os ductos, até ao mamilo. O mamilo é o 
								centro de uma área escura de pele, a aréola. O 
								espaço entre os lóbulos e os ductos é preenchido 
								com gordura. 
								
								  
								
								A mama também tem vasos linfáticos, que 
								transportam um líquido límpido - a linfa. Os 
								vasos linfáticos terminam nuns órgãos pequenos e 
								arredondados - os gânglios linfáticos. 
								Encontram-se grupos de gânglios linfáticos perto 
								da mama, nas axilas (debaixo do braço), acima da 
								clavícula, no peito (atrás do esterno), e em 
								muitas outras partes do corpo. Os gânglios 
								linfáticos "prendem" e retêm bactérias, células 
								cancerígenas, ou outras substâncias malignas, 
								que se podem encontrar no sistema linfático. 
								Quando as células de cancro da mama entram no 
								sistema linfático, podem ser encontradas nos 
								gânglios linfáticos próximo da mama (regionais). 
								
								  
								
								CANCRO DA MAMA: QUEM ESTÁ EM RISCO 
								
								  
								
								Não é conhecida uma causa específica para o 
								cancro da mama 
								
								  
								
								Sabemos que embates violentos na mama não 
								provocam, por si só, cancro da mama; no entanto, 
								é conveniente ter cuidado com as mamas. O cancro 
								da mama não é contagioso: ninguém "apanha" a 
								doença de outra pessoa. 
								
								  
								
								A investigação tem demonstrado que há mulheres 
								que apresentam um risco aumentado para cancro da 
								mama, que se pensa estar associado a 
								determinados factores de risco (factores que 
								aumentam a probabilidade de uma pessoa 
								desenvolver uma doença). Foram já identificados 
								alguns factores de risco para o cancro da mama: 
								
								  
								
								    * Idade: a possibilidade de ter cancro da 
								mama aumenta com o aumento da idade; uma mulher 
								com mais de 60 anos apresenta maior risco. O 
								cancro da mama é menos comum antes da menopausa. 
								
								    * História pessoal de cancro da mama: uma 
								mulher que já tenha tido cancro da mama (numa 
								mama), tem maior risco de ter esta doença na 
								outra mama. 
								
								    * História familiar: o risco de uma mulher 
								ter cancro da mama está aumentado se houver 
								história familiar de cancro da mama, ou seja, se 
								a sua mãe, tia ou irmã tiveram cancro da mama, 
								especialmente em idades mais jovens (antes dos 
								40 anos); ter outros familiares com cancro da 
								mama, do lado materno ou paterno da família 
								pode, também, aumentar o risco. 
								
								    * Algumas alterações da mama: algumas 
								mulheres, apresentam células mamárias que 
								parecem anormais, quando vistas ao microscópio; 
								ter determinado tipo de células anormais, como 
								sejam a hiperplasia atípica ou o carcinoma 
								lobular in situ , aumenta o risco de 
								cancro da mama. 
								
								    * Alterações genéticas: alterações em certos 
								genes (BRCA1, BRCA2, entre outros) aumentam o 
								risco de cancro da mama; em famílias onde muitas 
								mulheres tiveram a doença, os testes genéticos 
								podem, por vezes, demonstrar a presença de 
								alterações genéticas específicas. Assim sendo, 
								em mulheres que apresentem estas alterações 
								genéticas, podem ser sugeridas medidas para 
								tentar reduzir o risco de cancro da mama e 
								melhorar a detecção precoce da doença. 
								
								    * Primeira gravidez depois dos 31 anos 
								
								    * História menstrual longa: mulheres que 
								tiveram a primeira menstruação em idade precoce 
								(antes dos 12 anos de idade), tiveram uma 
								menopausa tardia (após os 55 anos) ou que nunca 
								tiveram filhos (nuliparidade), apresentam um 
								risco aumentado. 
								
								    * Terapêutica hormonal de substituição: 
								mulheres que tomam terapêutica hormonal para a 
								menopausa (apenas com estrogénios ou estrogénios 
								e progesterona), durante 5 ou mais anos após a 
								menopausa parecem, também, apresentar maior 
								possibilidade de desenvolver cancro da mama. 
								
								    * Raça: o cancro da mama ocorre com maior 
								frequência em mulheres caucasianas (brancas), 
								comparativamente a mulheres Latinas, Asiáticas 
								ou Afro-Americanas. 
								
								    * Radioterapia no peito: mulheres que tenham 
								feito radioterapia ao peito, incluindo as mamas, 
								antes dos 30 anos, apresentam um risco aumentado 
								para cancro da mama; esta situação inclui 
								mulheres com linfoma de Hodgkin que foram 
								tratadas com radiação - estudos publicados 
								demonstram que, quanto mais nova era a mulher, 
								na altura dos tratamentos com radioterapia, mais 
								elevado é o risco de vir a ter cancro da mama. 
								
								    * Densidade da mama: mulheres mais velhas 
								que apresentam, essencialmente, tecido denso 
								(não gordo) numa mamografia (raio-X da mama), 
								têm risco aumentado para cancro da mama. 
								
								    * Obesidade após a menopausa: as mulheres 
								que são obesas, após a menopausa, apresentam um 
								risco aumentado de desenvolver cancro da mama. A 
								obesidade está relacionada com uma proporção 
								anormalmente elevada de gordura corporal; tendo 
								em conta que o corpo produz alguns estrogénios 
								(hormona feminina) no tecido gordo é, assim, 
								mais provável que as mulheres obesas apresentem 
								níveis elevados de estrogénios e, 
								consequentemente, risco aumentado para cancro da 
								mama. Alguns estudos demonstram que o aumento de 
								peso, após a menopausa, aumenta o risco de 
								cancro da mama. 
								
								    * Inactividade física: mulheres que são 
								fisicamente inactivas, durante a sua vida, 
								parecem ter um risco aumentado para cancro da 
								mama; estar fisicamente activa pode ajudar a 
								diminuir este risco, através da prevenção do 
								aumento de peso e da obesidade. 
								
								    * Bebidas alcoólicas: alguns estudos sugerem 
								haver relação entre a maior ingestão de bebidas 
								alcoólicas e o risco aumentado de ter cancro da 
								mama. 
								
								  
								
								Na área Sintomas, estão descritos outros 
								factores de risco ainda em estudo. 
								
								  
								
								Muitos dos factores de risco citados podem ser 
								evitados; outros, como a história familiar, não 
								podem ser evitados. É, no entanto, útil saber e 
								estar consciente dos factores de risco, ainda 
								que muitas mulheres com estes factores de risco 
								não apresentem cancro da mama. 
								
								  
								
								A maioria das mulheres que desenvolvem cancro da 
								mama não tem história de cancro da mama na sua 
								família; de facto, com excepção do 
								envelhecimento, muitas mulheres com cancro da 
								mama não apresentam fortes factores de risco 
								para a doença. 
								
								  
								
								Se pensa estar em risco de ter cancro da mama, 
								deve discutir este facto com o médico; este pode 
								sugerir modos de reduzir o risco e planear um 
								calendário adequado para os exames médicos. 
								
								  
								
								DETECÇÃO DO CANCRO DA MAMA 
								
								  
								
								Deve falar com o médico acerca do seu risco 
								pessoal para ter cancro de mama; deve colocar 
								questões acerca de quando começar e com que 
								frequência deve fazer exames para despiste da 
								doença. Estas decisões, tal como muitas outras, 
								devem ser estabelecidas individualmente para 
								cada pessoa. 
								
								  
								
								É muito importante fazer exames de rastreio, 
								antes de surgirem quaisquer sinais ou sintomas; 
								só assim poderá ajudar os médicos a detectar e 
								tratar precocemente o cancro. Se o cancro for 
								detectado precocemente, a probabilidade do 
								tratamento ser eficaz e bem sucedido é muito 
								mais elevada. 
								
								  
								
								O médico pode sugerir a realização de exames de 
								rastreio do cancro da mama, antes de se 
								desenvolverem quaisquer sintomas: 
								
								  
								
								    * Auto-exame da mama 
								
								    * Mamografia de rastreio 
								
								    * Exame clínico da mama 
								
								    * Mamografia de Diagnóstico 
								
								  
								
								Para a detecção precoce do cancro da mama, é 
								recomendado que: 
								
								  
								
								    * Mulheres com 40 anos ou mais, devem fazer 
								uma mamografia (raio-X da mama) anualmente ou em 
								cada dois anos. 
								
								    * Mulheres que apresentem um risco aumentado 
								(relativamente à média) de ter cancro da mama, 
								devem falar com o seu médico acerca de fazer uma 
								mamografia antes dos 40 anos, e saber qual a 
								frequência para as próximas. 
								
								  
								
								A mamografia mostra, muitas vezes, um nódulo (ou 
								caroço) na mama, antes que este possa ser 
								sentido ou palpado. Pode, também, mostrar uma 
								agregação de pequenas partículas de cálcio. As 
								partículas chamam-se microcalcificações. Tanto 
								os caroços como estas agregações podem ser 
								sinais de cancro. 
								
								  
								
								Na mamografia, se o médico identificar uma área 
								anormal, pode pedir que seja repetida a 
								mamografia. Pode, ainda, ser necessário fazer 
								uma biópsia. A biópsia é o único processo 
								através do qual se podem ter certezas quanto à 
								existência de cancro. Para mais informações 
								sobre a biópsia, pode consultar a área 
								Diagnóstico. 
								
								  
								
								A mamografia é a melhor "ferramenta" de que os 
								médicos dispõem para descobrir o cancro em fase 
								precoce. No entanto, saiba que: 
								
								  
								
								    * A mamografia pode não detectar alguns 
								cancros que estejam já presentes; são os 
								chamados "falsos negativos". 
								
								    * A mamografia pode detectar alguma coisa 
								que, mais tarde, se verifique não ser um cancro: 
								são os chamados "falsos positivos". 
								
								    * Alguns tumores, de crescimento rápido, 
								podem já se ter metastizado para outras partes 
								do corpo, antes que a mamografia os tenha 
								detectado. 
								
								    * A mamografia (bem como os raios-X aos 
								dentes, e outros raios-X de rotina) usa doses 
								muito pequenas de radiação. Regra geral, os 
								benefícios superam os riscos, a exposição 
								repetida aos raios-X pode ser nociva. É boa 
								ideia a mulher falar com o seu médico sobre a 
								necessidade de realizar cada raio-X, e perguntar 
								sobre a utilização de protecção noutras partes 
								do corpo, durante a realização da mamografia. 
								
								  
								
								EXAME CLÍNICO DA MAMA 
								
								  
								
								Durante um exame clínico da mama, o médico palpa 
								as mamas em diferentes posições: enquanto está 
								de pé, sentada e deitada. O médico pode pedir 
								que levante os braços acima da cabeça, que os 
								deixe caídos ou que faça força com as mãos 
								contra as coxas. 
								
								  
								
								O médico procura quaisquer diferenças entre as 
								mamas, incluindo diferenças invulgares de 
								tamanho ou forma. Na pele, é verificada a 
								presença de vermelhidão, depressões cutâneas ou 
								outros sinais anormais. Os mamilos devem ser 
								pressionadas para verificar se existe alguma 
								secreção ou perda de líquido. 
								
								  
								
								O médico poderá examinar toda a mama, usando a 
								ponta dos dedos para sentir quaisquer alterações 
								e/ou nódulos, a área axilar e a área da 
								clavícula, primeiro de um lado e depois do outro 
								(esquerdo e direito), Um nódulo apresenta, 
								geralmente, o tamanho de uma ervilha, antes que 
								alguém o consiga sentir ou palpar. Podem ser 
								verificados os gânglios linfáticos perto da 
								mama, para ver se estão inchados. 
								
								  
								
								Um exame clínico completo da mama, pode demorar 
								cerca de 10 minutos a ser realizado. 
								
								  
								
								AUTO-EXAME DA MAMA 
								
								  
								
								O auto-exame da mama deverá ser feito 
								mensalmente, para avaliar quaisquer alterações 
								nas mamas. Quando faz este exame, é importante 
								lembrar que as mamas são diferentes, de mulher 
								para mulher, e que podem surgir alterações, 
								devidas à idade, ao ciclo menstrual, gravidez, 
								menopausa, ou à toma de pílulas 
								anticoncepcionais, ou outras hormonas. É normal 
								sentir que as mamas são um pouco irregulares, e 
								não lisas. Também é comum que as mamas se 
								apresentem inchadas e sensíveis, no período 
								antes da menstruação. 
								
								  
								
								Se notar algo não usual, durante o auto-exame da 
								mama ou em qualquer outra altura, deve sempre 
								contactar o médico, logo que possível. 
								
								  
								
								A melhor altura para realizar o auto-exame da 
								mama, é aproximadamente uma semana depois da 
								menstruação (no fim do período menstrual). Se 
								não tem uma menstruação regular, deverá 
								realizar, preferencialmente, o auto-exame sempre 
								no mesmo dia de cada mês. 
								
								  
								
								Para realizar o auto-exame de forma correcta, 
								deverá colocar-se de pé, em frente a um espelho, 
								com os braços caídos ao longo do corpo. É 
								importante estar relaxada e certificar-se de que 
								pode fazer o auto-exame calmamente, sem 
								interrupções. 
								
								  
								
								   1. Compare as duas mamas, tendo em atenção a 
								forma e o tamanho. Não é invulgar que uma mama 
								seja maior que a outra. Verifique se as mamas 
								apresentam nódulos ou saliências; observe se 
								houve alguma mudança no tamanho ou aspecto das 
								mamas (como sejam a formação de rugas ou pregas, 
								depressões ou descamação da pele). Verifique se 
								os mamilos estão normais (ou, pelo contrário, se 
								estão retraídos ou escondidos). No mamilo, tente 
								detectar a possível presença de nódulos, o 
								aparecimento de algum tipo de secreção ou perda 
								de líquido. Observe as mesmas características 
								mas, agora, com os braços em diferentes 
								posições. 
								
								   2. Levante o braço esquerdo. Examine a mama 
								esquerda com a mão direita, pressionando com a 
								ponta dos dedos. Palpe a mama esquerda, de forma 
								minuciosa e calma. Comece pela extremidade 
								exterior, realizando movimentos circulares. 
								Palpe toda a mama. Examine, também, a área 
								próxima da axila, passando pela clavícula, bem 
								como a zona abaixo da mama. 
								
								   3. Pressione, suavemente, o mamilo e 
								verifique se existe algum tipo de secreção ou 
								perda de líquido. 
								
								   4. Repita os passos 2 e 3 mas, agora, na mama 
								direita. 
								
								   5. Repita os passos 2 e 3 nas duas mamas, 
								deitada. Deve deitar-se de costas, com o braço 
								sobre a cabeça e colocando uma almofada (ou uma 
								toalha dobrada) sob o ombro do lado da mama que 
								vai examinar. 
								
								  
								
								Esta posição é favorável a um bom exame da mama. 
								
								  
								
								É importante, lembrar que o auto-exame da mama 
								não substitui a mamografia regular de rastreio. 
								
								  
								
								SINAIS E SINTOMAS DO CANCRO DA MAMA  
								
								O cancro da mama pode causar alterações físicas 
								visíveis, que devem ser observadas com atenção: 
								
								  
								
								    * Qualquer alteração na mama ou no mamilo, 
								quer no aspecto quer na palpação; 
								
								    * Qualquer nódulo ou espessamento na mama, 
								perto da mama ou na zona da axila; 
								
								    * Sensibilidade no mamilo; 
								
								    * Alteração do tamanho ou forma da mama; 
								
								    * Retracção do mamilo (mamilo virado para 
								dentro da mama); 
								
								    * Pele da mama, aréola ou mamilo com aspecto 
								escamoso, vermelho ou inchado; pode apresentar 
								saliências ou reentrâncias, de modo a parecer 
								"casca de laranja". 
								
								    * Secreção ou perda de líquido pelo mamilo. 
								
								  
								
								Apesar dos estadios iniciais do cancro não 
								causarem dor, se sentir dor na mama ou qualquer 
								outro sintoma que não desapareça, deve consultar 
								o médico. Na maioria das vezes, estes sintomas 
								não estão associados a cancro, mas é importante 
								ser vista pelo médico, para que qualquer 
								problema possa ser diagnosticado e tratado 
								atempadamente. 
								
								FORMAS DE DIAGNÓSTICO DO CANCRO DA MAMA
								
								Se tiver uma alteração na mama, o médico deverá 
								determinar qual a sua causa (ou etiologia): pode 
								não ser cancro. Neste caso, deverá fazer um 
								exame físico. O médico irá fazer perguntas 
								relacionadas com a história clínica e familiar. 
								Se tiver realizado alguma mamografia ou outro 
								exame imagiológico, com imagens dos tecidos 
								internos da mama, deverá levá-los e mostrar ao 
								médico. Depois de avaliar estes exames, o médico 
								poderá decidir que não são necessários quaisquer 
								exames adicionais, nem mesmo tratamento. No 
								entanto, pode precisar de fazer uma biópsia, 
								para verificar se na zona suspeita existem 
								células cancerígenas. 
								
								EXAME CLÍNICO DA MAMA
								
								O médico palpa cada uma das mamas, procurando a 
								possível presença de nódulos ou gânglios, e 
								verifica se há outros problemas. Se a mulher 
								tiver um nódulo na mama, o médico deverá 
								conseguir caracterizá-lo através da palpação 
								(pelo tacto), sentindo o nódulo e a pele à sua 
								volta. Na palpação, os nódulos benignos são 
								diferentes dos cancerígenos. O médico pode 
								verificar o tamanho, a forma, e a textura do 
								nódulo, e sentir se este se move facilmente. Os 
								gânglios que se apresentam macios, lisos, 
								redondos e móveis são, provavelmente, benignos. 
								Um nódulo duro, com forma estranha e irregular, 
								que se sente bem preso (ou fixo) dentro da mama 
								é, provavelmente, cancro. 
								
								MAMOGRAFIA DE DIAGNÓSTICO
								
								A mamografia de diagnóstico é constituída por 
								imagens de raio-X da mama, para que sejam 
								obtidas imagens mais claras e detalhadas de 
								qualquer área que pareça suspeita ou anormal. 
								
								ECOGRAFIA (ULTRASONOGRAFIA)
								
								Através de ondas de som de alta-frequência, a 
								ecografia (ultrasons) pode, frequentemente, 
								mostrar se um nódulo é um quisto, cheio de 
								líquido, ou uma massa sólida que pode, ou não, 
								ser cancerígena. O médico vê estas imagens num 
								monitor. Após o exame, as imagens podem ser 
								impressas ou gravadas em vídeo. Este exame pode 
								ser usado em conjunto com a mamografia, como 
								complemento imagiológico. 
								
								RESSONÂNCIA MAGNÉTICA
								
								Na ressonância magnética (RM), liga-se um 
								potente íman a um computador, para que sejam 
								produzidas imagens mais detalhadas dos tecidos 
								internos da mama. O médico vê estas imagens num 
								monitor ou pode gravá-las em filme. A RM pode 
								ser usada em conjunto com a mamografia. 
								
								BIÓPSIA
								
								Muitas vezes é necessário retirar tecido ou 
								líquido da mama, para ajudar o médico a perceber 
								se é um cancro. A este procedimento chamamos 
								biópsia. Para efectuar uma biópsia, o médico 
								pode recomendar uma consulta com um cirurgião ou 
								um médico especializado em doenças da mama. 
								
								Por vezes, uma área suspeita, visível numa 
								mamografia, não é palpável (sentida) no exame 
								clínico da mama. O médico poderá usar aparelhos 
								que fornecem imagens, para ver a área onde será 
								retirado o tecido. Estes procedimentos incluem a 
								biópsia guiada por ultra-sons, com agulha 
								localizada ou estereotáxica. 
								
								Os médicos podem retirar células ou tecido da 
								mama, recorrendo a diferentes métodos: 
									
									
									
									
									Aspiração com agulha fina: 
									o médico usa uma agulha fina para remover 
									líquido e/ou células de um nódulo na mama, 
									que deverá ser analisado num laboratório, 
									onde um patologista usa um microscópio para 
									procurar células cancerígenas.
									
									
									
									Biópsia "Core": 
									o médico usa uma agulha para remover tecido 
									mamário. Um patologista analisa o tecido, 
									para ver se tem células cancerígenas; este 
									procedimento é, também, chamado 
									microbiópsia.
									
									
									
									Biópsia cirúrgica: 
									numa biópsia incisional, o cirurgião remove 
									uma amostra de um nódulo ou de uma zona 
									anormal. Se for uma biópsia excisional, o 
									cirurgião remove completamente o nódulo ou a 
									zona anormal. Posteriormente, um patologista 
									analisa o tecido retirado, para ver se tem 
									células cancerígenas. 
								
								Se existirem células cancerígenas, o patologista 
								pode, então, caracterizar o tipo de cancro. O 
								tipo de cancro da mama mais comum é o carcinoma 
								ductal: tem início no interior dos ductos 
								(canais de passagem do leite). Outro tipo de 
								cancro da mama é o carcinoma lobular: tem início 
								nos lóbulos (locais onde se forma e armazena o 
								leite). 
								
								Se precisar de fazer uma biópsia, pode ter 
								diversas perguntas para colocar ao médico: 
									
									
									
									Que tipo de biópsia vou fazer? 
									
									Porquê?
									
									
									Quanto tempo irá demorar? Estarei acordada? 
									Vai doer? Serei anestesiada? Qual será o 
									tipo de anestesia?
									
									
									Quando irei saber os resultados?
									
									
									Existem alguns riscos? Quais são as 
									hipóteses de infecção ou sangramento, após a 
									biópsia?
									
									
									Se eu tiver cancro, quem irá falar comigo 
									acerca do tratamento? 
									
									Quando? 
								
								EXAMES ADICIONAIS
								
								Se o diagnóstico for cancro, o médico poderá 
								pedir testes laboratoriais especiais, no tecido 
								que foi removido. Os resultados destes testes 
								irão ajudar o médico a saber mais sobre o cancro 
								e a planear adequadamente o tratamento. 
								
								Todas as mulheres com cancro da mama irão fazer 
								o teste dos receptores hormonais. Esta 
								informação é relevante para saber se o cancro 
								necessita de hormonas (estrogénios ou 
								progesterona) para se desenvolver. Os resultados 
								podem condicionar a escolha e planeamento do 
								tratamento. 
								
								Na amostra do tecido mamário deverá, também, ser 
								analisado e pesquisado o aumento (ou 
								sobre-expressão) do receptor-2 para o factor de 
								crescimento epidérmico humano (HER2) - receptor 
								existente na membrana das células tumorais, 
								também designado gene 
								
								HER2/neu . Esta alteração 
								corresponde a um sub-tipo específico de cancro 
								da mama, denominado cancro da mama HER2 positivo 
								(HER2+); este aumento é detectado, nos tecidos, 
								por uma técnica laboratorial. O cancro da mama 
								HER2+ está associado a maior agressividade da 
								doença. Existe uma terapêutica (com um anticorpo 
								monoclonal) específica para as células HER2+.
								
								
								
								Saiba 
								mais sobre Cancro da Mama HER2+ aqui. 
								
								CANCRO DA MAMA: TRATAMENTOS DISPONÍVEIS
								
								As mulheres com cancro da mama têm várias opções 
								de tratamento. Estes tratamentos incluem 
								cirurgia, quimioterapia, radioterapia, 
								terapêutica hormonal e terapêuticas dirigidas. 
								
								Na maioria dos casos, o factor mais importante, 
								na escolha do tratamento, é o estadio da doença. 
								
								Muitas mulheres recebem mais do que um tipo de 
								tratamento. Adicionalmente, em qualquer estadio 
								da doença podem ser administrados medicamentos 
								para controlar a dor e outros sintomas do 
								cancro, bem como para aliviar os possíveis 
								efeitos secundários do tratamento. Estes 
								tratamentos são designados como tratamentos de 
								suporte, para controlo dos sintomas ou cuidados 
								paliativos. 
								
								O tratamento para o cancro pode ser local ou 
								sistémico: 
									
									
									
									
									Tratamento local: 
									a cirurgia e a radioterapia são tratamentos 
									locais: removem ou "destroem" as células do 
									cancro na mama. Se o cancro da mama tiver 
									metastizado para outras partes do corpo, a 
									terapêutica local pode ser usada apenas para 
									controlar a doença, nessa área específica, 
									mas em mais nenhum local.
									
									
									
									Tratamento sistémico: 
									quimioterapia, terapêutica hormonal e 
									terapêuticas dirigidas, também chamadas 
									terapêuticas alvo (nos quais se incluem os 
									anticorpos monoclonais, ou terapêuticas com 
									pequenas moléculas); estes tratamentos 
									"entram" na corrente sanguínea e "destroem" 
									ou controlam o cancro, em todo o corpo. 
									Algumas mulheres com cancro da mama podem, 
									ainda, receber terapêutica sistémica para 
									diminuir o tamanho do tumor, antes da 
									cirurgia ou da radioterapia, para que a 
									intervenção seja menos extensa - tratamento 
									neo-adjuvante. Outras, recebem terapêutica 
									sistémica após a cirurgia e/ou radioterapia, 
									para prevenir que alguma célula cancerígena 
									tenha permanecido e seja responsável pelo 
									retorno do cancro. 
									
									Os tratamentos sistémicos também são usados 
									no cancro metastizado. 
								
								A maioria das mulheres quer saber de que forma o 
								tratamento poderá alterar as suas actividades 
								diárias normais, e como vai ficar a sua 
								aparência, durante e após o tratamento. O médico 
								é a pessoa indicada para lhe dar toda a 
								informação relacionada com a escolha dos 
								tratamentos, possíveis efeitos secundários e 
								resultados esperados com o tratamento. Cada 
								mulher deverá desenvolver, com o seu médico, um 
								plano de tratamento que seja compatível, dentro 
								do possível, com as suas necessidades, valores 
								pessoais e estilo de vida. 
								
								Antes de iniciar o tratamento, pode querer 
								colocar algumas questões ao médico: 
									
									
									
									Quais as opções possíveis de tratamento? O 
									que recomenda para o meu caso específico?
									
									
									Porquê?
									
									
									Quais os benefícios esperados com cada tipo 
									de tratamento?
									
									
									Quais os riscos e possíveis efeitos 
									secundários de cada tratamento?
									
									
									Quanto irá custar o tratamento? Este 
									tratamento estará coberto pela minha apólice 
									de seguro?
									
									
									Em que medida irá o tratamento afectar as 
									minhas actividades normais?
									
									
									No meu caso específico, seria adequada a 
									participação num ensaio clínico? 
								
								Se não colocar todas as questões de uma vez, não 
								fique preocupada; terá outras ocasiões para o 
								fazer, e para pedir ao médico que lhe explique 
								qualquer tema que não esteja claro e pedir mais 
								informações. 
								
								CIRURGIA
								
								No cancro da mama, a cirurgia é o tratamento 
								mais comum. Existem vários tipos de cirurgia; o 
								médico explicar-lhe-á cada tipo de cirurgia, 
								analisando benefícios e riscos, e descrever o 
								impacto físico de cada abordagem, na mulher. 
									
									
									
									
									Cirurgia conservadora: 
									nesta cirurgia, é removido o cancro, e não a 
									mama toda; pode ser uma tumorectomia, uma 
									mastectomia segmentar ou uma mastectomia 
									parcial. Muitas vezes o cirurgião remove, também, os 
									gânglios linfáticos axilares, para ver se as 
									células cancerígenas entraram já no sistema 
									linfático. O procedimento para remover estes 
									gânglios chama-se dissecção ou esvaziamento 
									dos gânglios linfáticos axilares.
 Depois de uma cirurgia conservadora, a 
									maioria das mulheres faz radioterapia, na 
									mama operada, para destruir qualquer célula 
									cancerígena que possa, ainda, ter ficado, 
									depois da cirurgia.
									
									
									
									Mastectomia: 
									nesta cirurgia, é removida toda a mama. Na 
									maioria dos casos, o cirurgião remove, 
									também, os gânglios linfáticos axilares.
									
									
									Depois da cirurgia, pode fazer radioterapia. 
								
								Para o cancro da mama em estadio I e II 
								(localizado ou localmente avançado), 
								verificou-se que a taxa de sobrevivência é 
								igual, para a cirurgia conservadora (com 
								radioterapia) e mastectomia. 
								
								Existe um novo método para detecção de células 
								cancerígenas nos gânglios linfáticos, chamado 
								biópsia do gânglio sentinela: nesta operação, um 
								cirurgião especialmente treinado remove apenas 
								alguns gânglios linfáticos, em vez de remover um 
								número muito superior de gânglios axilares, 
								diminuindo a possibilidade de desenvolver edema 
								linfático; o gânglio sentinela é o primeiro 
								gânglio para onde as células cancerígenas 
								provavelmente metastizaram sendo, por isso, 
								chamado de gânglio “sentinela”. 
								
								Na cirurgia conservadora (mantém a mama), o 
								cirurgião remove o tumor e algum tecido em 
								volta; por vezes, uma biópsia excisional, onde 
								há remoção de todo o tumor, serve como 
								tumorectomia. Ocasionalmente pode, ainda, ser 
								removido algum revestimento dos músculos 
								peitorais, subjacentes ao tumor. Regra geral são 
								removidos alguns gânglios linfáticos axilares. 
								
								Na mastectomia radical modificada, o cirurgião 
								remove toda a mama, a maioria ou mesmo todos os 
								gânglios linfáticos axilares e, frequentemente, 
								o revestimento sobre os músculos torácicos. 
								
								Antes da cirurgia, pode querer colocar algumas 
								questões ao médico: 
									
									
									
									Que tipo de cirurgia poderá ser considerada, 
									no meu caso específico? A cirurgia 
									conservadora, que mantém a mama, é uma opção 
									para mim?
									
									
									Quais são os riscos da cirurgia?
									
									
									Os meus gânglios linfáticos serão removidos? 
									Quantos? Porquê? Quais as possíveis 
									consequências da remoção dos gânglios?
									
									
									Como me irei sentir depois da operação? 
									Quanto tempo vou ficar hospitalizada?
									
									
									Vou precisar de ter cuidados especiais? Como 
									deverei tratar a minha incisão, ou cicatriz, 
									quando for para casa?
									
									
									Onde serão as cicatrizes? Como será o seu 
									aspecto?
									
									
									Se eu decidir fazer uma cirurgia plástica, 
									para reconstrução da minha mama, como e 
									quando poderei fazê-lo? 
									
									Pode sugerir-me um cirurgião?
									
									
									Terei que fazer exercícios especiais, para 
									ajudar a recuperar os movimentos e ganhar 
									força, no braço e ombro? Deverei consultar 
									um fisioterapeuta ou uma enfermeira para me 
									ensinarem a fazer os exercícios?
									
									
									Quando poderei voltar à minha actividade 
									normal? Que tipo de actividades deverei 
									evitar? 
								
								Haverá alguém com quem eu possa falar, que tenha 
								feito a mesma cirurgia que eu vou fazer? 
								
								Pode querer fazer uma reconstrução da mama, ou 
								seja, uma cirurgia plástica para "refazer" a 
								forma da mama: esta poderá ser feita em 
								simultâneo com a mastectomia, ou mais tarde. Se 
								considerar fazer a reconstrução da mama, pode 
								querer falar com um cirurgião plástico, antes de 
								fazer a mastectomia. 
								
								RADIOTERAPIA
								
								A radioterapia, ou terapêutica por radiações, 
								consiste na utilização de raios altamente 
								energéticos para matar as células cancerígenas. 
								Faz-se, geralmente, depois de uma cirurgia 
								conservadora da mama. Por vezes, dependendo da 
								dimensão do tumor e de outros factores, a 
								radioterapia pode também ser usada depois da 
								mastectomia. A radiação destrói as células do 
								cancro da mama que possam ainda ter ficado, 
								depois da cirurgia. 
								
								Algumas mulheres fazem radioterapia antes da 
								cirurgia, para destruir células cancerígenas e 
								diminuir o tamanho do tumor, ou seja, em 
								contexto "neo-adjuvante"; esta situação é mais 
								utilizada quando o tumor é grande ou a sua 
								remoção por cirurgia não é fácil. Nestes casos, 
								podem fazer apenas radioterapia (monoterapia), 
								ou podem fazer radioterapia com quimioterapia ou 
								terapêutica hormonal. 
								
								Para tratar o cancro da mama, os médicos usam 
								dois tipos de radioterapia: 
									
									
									
									
									Radiação externa: 
									a radiação provém de uma máquina. Para a 
									radioterapia externa, a mulher com cancro da 
									mama vai para um hospital ou clínica. 
									Geralmente, os tratamentos são realizados 
									durante 5 dias por semana, durante várias 
									semanas.
									
									
									
									Radiação interna 
									
									(radiação por implante ou braquiterapia): a 
									radiação provém de material radioactivo 
									contido em finos tubos de plástico, 
									colocados directamente na mama. Para fazer 
									radiação por implante, a doente fica no 
									hospital. Os implantes permanecem no local, 
									ou seja, na mama, durante vários dias; são 
									retirados antes de ir para casa. 
								
								Algumas mulheres com cancro da mama fazem os 
								dois tipos de radioterapia. 
								
								Antes da radioterapia, pode querer colocar 
								algumas questões ao médico: 
									
									
									
									Porque é que preciso de fazer este 
									tratamento?
									
									
									Quais são os benefícios, riscos e efeitos 
									secundários deste tratamento? 
									
									Irá afectar a minha pele?
									
									
									Poderá haver efeitos a longo prazo?
									
									
									Quando será iniciado o tratamento? Como 
									iremos saber se o tratamento está a ser 
									eficaz? 
									
									Quando termina o tratamento?
									
									
									Como irei sentir-me durante o tratamento? 
									Vou conseguir deslocar-me pelos meus 
									próprios meios para o tratamento?
									
									
									Que cuidados deverei ter antes, durante e 
									após a radioterapia?
									
									
									Posso continuar com as minhas actividades 
									normais?
									
									
									Como será o aspecto da minha mama depois da 
									radioterapia?
									
									
									Qual é a possibilidade de voltar a ter 
									cancro na mesma mama?
									
									
									Com que frequência terei que fazer exames? 
								
								QUIMIOTERAPIA
								
								A quimioterapia consiste na utilização de 
								fármacos para matar as células cancerígenas. A 
								quimioterapia para o cancro da mama é 
								constituída, geralmente, por uma associação de 
								fármacos. Os fármacos podem ser administrados 
								oralmente, sob a forma de comprimidos, ou 
								através de uma injecção intravenosa (i.v.), na 
								veia. Em qualquer das situações, os fármacos 
								entram na corrente sanguínea e circulam por todo 
								o organismo - terapêutica sistémica. 
								
								A maioria das pessoas com cancro da mama fazem 
								quimioterapia em regime de ambulatório (no 
								hospital, no consultório do médico ou em casa), 
								ou seja, não ficam internadas no hospital. No 
								entanto, algumas podem precisar de ficar no 
								hospital, enquanto fazem a quimioterapia. 
								
								TERAPÊUTICA 
								HORMONAL
								
								A terapêutica hormonal impede que as células 
								cancerígenas "tenham acesso" às hormonas 
								naturais do nosso organismo - estrogénios e 
								progesterona - que necessitam para se 
								desenvolverem. Se os testes laboratoriais 
								demonstrarem que o cancro da mama tem receptores 
								hormonais, ou seja, que é "positivo para os 
								receptores hormonais", pode fazer terapêutica 
								hormonal. Tal como a quimioterapia, a 
								terapêutica hormonal pode afectar as células de 
								todo o organismo, pois tem actividade sistémica. 
								
								Na terapêutica hormonal são utilizados 
								medicamentos que bloqueiam os receptores 
								hormonais. Para além destes medicamentos, se 
								ainda não estiver na menopausa, poderá fazer uma 
								cirurgia para remoção dos ovários; os ovários 
								são a principal fonte de produção de estrogénios 
								do organismo (depois da menopausa, esta produção 
								declina naturalmente, não sendo necessária a 
								cirurgia) 
								
								TERAPÊUTICAS 
								DIRIGIDAS
								
								As terapêuticas dirigidas incluem os anticorpos 
								monoclonais e terapêuticas com pequenas 
								moléculas (como os inibidores da tirosina 
								cinase). Estes medicamentos identificam alvos 
								nas células cancerígenas ou substâncias normais 
								que ajudam o crescimento das mesmas. Assim, 
								atacam especificamente esses alvos, bloqueando o 
								crescimento das células malignas e travando 
								assim a sua disseminação, sem prejudicar as 
								células normais, daí serem chamadas de 
								terapêuticas dirigidas ou terapêuticas alvo. 
								
								As células cancerígenas necessitam de um 
								fornecimento constante de sangue, para receberem 
								oxigénio e nutrientes que garantam a sua 
								sobrevivência. Para tal, ocorre a formação de 
								vasos sanguíneos, um processo chamado de 
								angiogénese. Há terapêuticas biológicas, como os 
								anticorpos anti angiogénicos, que podem bloquear 
								a formação destes vasos sanguíneos que alimentam 
								o tumor. 
								
								Existe um sub-tipo específico de cancro da mama 
								(consultar a área “Diagnóstico”, 
								secção ”Exames adicionais”), denominado cancro 
								da mama HER2 positivo (HER2+), correspondente a 
								um aumento ou sobre-expressão do receptor HER2 
								existente na membrana das células tumorais. As 
								mulheres com cancro da mama HER2+ podem ser 
								tratadas com um anticorpo monoclonal específico 
								para as células cancerígenas HER2+; ao bloquear 
								os receptores HER2, este tratamento pode tornar 
								mais lento, ou mesmo parar, o crescimento das 
								células cancerígenas. Outro tipo de tratamento 
								para o cancro da mama HER2 positivo inclui os 
								inibidores da tirosina cinase, que podem também 
								abrandar ou impedir o crescimento das células 
								cancerígenas. 
								
								Antes de iniciar qualquer terapêutica sistémica, 
								como a quimioterapia, hormonoterapia ou 
								terapêuticas dirigidas, pode querer colocar 
								algumas questões ao médico: 
									
									
									
									Porque é que preciso de fazer este 
									tratamento?
									
									
									Que tratamentos / medicamentos vou tomar?
									
									
									Qual o seu efeito?
									
									
									Se preciso de tratamento hormonal, será 
									melhor tomar medicamentos ou fazer uma 
									cirurgia (para remoção dos ovários)?
									
									
									Quando irei iniciar o tratamento? 
									
									Quando termina?
									
									
									Quais os benefícios esperados do tratamento? 
									Como vamos saber se o tratamento está a ser 
									eficaz?
									
									
									Quais os riscos e possíveis efeitos 
									secundários deste tratamento? O que posso 
									fazer relativamente a essa questão? Quais os 
									efeitos secundários que deverei partilhar 
									consigo? Deverei fazer um registo detalhado 
									dos efeitos que sentir? Poderá haver efeitos 
									secundários a longo prazo?
									
									
									Onde irei fazer o tratamento? Serei capaz de 
									voltar para casa pelos meus próprios meios?
									
									
									Vou precisar de ficar no hospital?
									
									
									Como é que o tratamento vai afectar as 
									minhas actividades normais?
									
									
									Acha que seria adequado participar num 
									ensaio clínico?
									
									
									Que cuidados terei que ter, depois dos 
									tratamentos? | 
									
								| 
								
								Liposomal doxuribicin : MYOCET
								
								by 
								
								powersteph65  aka 
								Ironside 
								So many people have been so kind and left wonderful messages. I am 
								going through the side effects at the moment but 
								promise I will answer every single one. 
								
								I need a few days to get through this. 
								
								Meanwhile, this is the treatment I am on…this in 
								my case is for advanced Breast Cancer. 
								
								 Write 
								up by Macmillan: 
								
								Liposomal doxorubicin (Caelyx®, Myocet®) 
								
								Liposomal doxorubicin is a chemotherapy| drug 
								that is given as a treatment for some types of 
								cancer . It is most commonly used to treat 
								ovarian cancer| and Aids-related Kaposi’s 
								sarcoma| , but may also be used to treat 
								advanced breast cancer| . 
								*
								
								
								Pis a chemotherapy drug. 
								In liposomal doxorubicin the molecules of the 
								drug are enclosed (encapsulated) in a fatty 
								coating known as liposome. The liposome allows 
								the doxorubicin to remain in the body for longer 
								so that a greater amount of chemotherapy is 
								delivered to the cancer cells, while having 
								fewer side effects on healthy tissue. 
								
								Liposomal doxorubicin isn’t suitable for 
								everyone who needs doxorubicin and you may find 
								it helpful to discuss this with your cancer 
								specialist, who will be able to advise you on 
								whether this type of treatment is appropriate 
								for you. 
								
								There are two liposomal doxorubicin drugs that 
								work in slightly different ways and are used to 
								treat different types of cancer. These are 
								Caelyx® and Myocet®. 
								
								Caelyx® is a form of doxorubicin| that is 
								enclosed in liposomes. It is sometimes known as 
								pegylated doxorubicin hydrochloride (PLDH). It 
								is used to treat: 
								
								* Advanced ovarian cancer 
								that has come back after being treated with a 
								platinum-based chemotherapy drug. 
								
								* Women with advanced breast 
								cancer who have an increased risk of heart 
								damage from other chemotherapy drugs. 
								
								* 
								Aids-related Kaposi’s sarcoma . 
								
								Myocet® , another form of liposomal doxorubicin, 
								is used to treat advanced (metastatic) breast 
								cancer| in combination with another chemotherapy 
								drug, cyclophosphamide| . 
								
								What it looks likeLiposomal doxorubicin is a light red fluid.
 
								
								How it is givenLiposomal doxorubicin may be given by a drip 
								(infusion):
 
								*  
								through a fine tube (cannula) placed into the 
								vein, usually in the back of the hand 
								*
								
								
								 through a fine 
								plastic tube that is inserted under the skin 
								into a vein near the collarbone (central line ) 
								
								*  into a fine tube 
								that is inserted into a vein in the crook of 
								your arm (PICC line ). 
								
								The Infusion usually takes 60-90 minutes. 
								
								Chemotherapy is usually given as a course of 
								several sessions (cycles) of treatment over a 
								few months. The length of your treatment and the 
								number of cycles you have will depend on the 
								type of cancer for which you are being treated. 
								Your nurse or doctor will discuss your treatment 
								plan with you. 
								
								Possible side effects 
								
								Each person’s reaction to chemotherapy is 
								different. Some people have very few side 
								effects; while others may experience more. The 
								side effects described in this information won’t 
								affect everyone who is given liposomal 
								doxorubicin, and may be different if you are 
								having more than one chemotherapy drug. 
								
								We have outlined the most common side effects 
								and some of the less common ones, so that you 
								can be aware of them if they occur. However, we 
								haven’t included those that are very rare and 
								therefore extremely unlikely to affect you. If 
								you notice any effects which you think may be 
								due to the drug, but which aren’t listed in this 
								information, please discuss them with your 
								doctor, chemotherapy nurse or pharmacist. 
								
								Lowered resistance to infection Liposomal 
								doxorubicin can reduce the production of white 
								blood cells by the bone marrow, making you more 
								prone to infection| . This effect can begin 
								seven days after treatment has been given, while 
								your resistance to infection usually reaches its 
								lowest point 10-14 days after chemotherapy. The 
								number of your white blood cells will then 
								increase steadily, and will usually have 
								returned to normal levels before your next cycle 
								of chemotherapy is due. 
								
								Contact your doctor or the hospital straight 
								away if: 
								
								* 
								your temperature goes above 38ºC (100.4ºF) 
								
								* 
								you suddenly feel unwell (even with a normal 
								temperature). 
								
								You will have a blood test before having more 
								chemotherapy to make sure that your cells have 
								recovered. Occasionally it may be necessary to 
								delay your treatment if the number of blood 
								cells (the blood count) is still low. 
								
								Bruising or bleeding Liposomal doxorubicin can 
								reduce the production of platelets (which help 
								the blood to clot). Let your doctor know if you 
								have any unexplained bruising or bleeding, such 
								as nosebleeds, blood spots or rashes on the 
								skin, or bleeding gums. 
								
								Anaemia (low number of red blood cells) While 
								having treatment with liposomal doxorubicin you 
								may become anaemic. This may make you feel 
								tired| and breathless| . Let your doctor or 
								nurse know if these symptoms are a problem. 
								
								Sore mouth and ulcers Your mouth may become 
								sore| , or you may notice small ulcers during 
								this treatment. Drinking plenty of fluids, and 
								cleaning your teeth regularly and gently with a 
								soft toothbrush, can help to reduce the risk of 
								this happening. Tell your nurse or doctor if you 
								have any of these problems, as special 
								mouthwashes and medicine to prevent or clear any 
								mouth infection can be prescribed. 
								
								Taste changes You may notice that your food 
								tastes different. Normal taste usually comes 
								back after the treatment finishes. 
								
								Skin changes Your skin may darken, due to excess 
								production of pigment. This usually returns to 
								normal a few months after the treatment has 
								finished. 
								
								Areas of skin that have previously been treated 
								with radiotherapy may become sensitive again 
								while you are being treated with liposomal 
								doxorubicin. 
								
								Soreness and redness of the palms of the hands 
								and soles of the feet If you are being treated 
								with Caelyx, you may develop red palms and soles 
								of the feet, sometimes referred to as palmar 
								plantar, or hand and foot syndrome. This effect 
								can begin after two or three cycles of 
								treatment, but is temporary. It will usually 
								begin to improve within 1-2 weeks after the 
								treatment is finished. You may be prescribed 
								vitamin B6 (pyridoxine), which can help to 
								reduce this. 
								
								It can also help to keep your hands and feet 
								cool and to avoid tight fitting clothing, such 
								as socks, shoes and gloves. Palmar plantar is 
								unlikely to happen if you are being treated with 
								Myocet. 
								
								Hot flushes or backache Some people have hot 
								flushes or backache when the drug is being 
								given. 
								
								Sensitivity to the sun While you are having 
								liposomal doxorubicin, and for several months 
								afterwards, you will be more sensitive to the 
								sun and your skin may burn more easily than 
								normal. You can still go out in the sun, but 
								always wear a high protection factor suncream 
								and protective clothing. 
								
								Discoloured urine Your urine may become a 
								red/orange colour. This may last for a few hours 
								after having liposomal doxorubicin and is due to 
								the colour of the drug. It is quite normal. 
								
								Fever, chills and allergic reactions Back pain, 
								breathlessness, headaches and swelling of the 
								face may occur from the time the drug is given. 
								If you do develop these symptoms the infusion 
								may be stopped and re-started at a slower rate. 
								Your doctor may prescribe a drug that can reduce 
								these side effects and which can be given before 
								your next treatments. 
								
								Tiredness and feeling weak It is important to 
								allow yourself plenty of time to rest. 
								
								Less common side effects 
								
								Feeling sick (nausea) and being sick (vomiting) 
								If you do feel sick this may begin a few hours 
								after the treatment is given and last for up to 
								a day. Your doctor can prescribe very effective 
								anti-sickness (anti-emetic) drugs to prevent, or 
								greatly reduce, nausea and vomiting| . 
								
								If the sickness is not controlled, or continues, 
								tell your doctor; they can prescribe other 
								anti-sickness drugs which may be more effective. 
								Some anti-sickness drugs can cause constipation. 
								Let your doctor or nurse know if this is a 
								problem. 
								
								Changes in the way your heart works Liposomal 
								doxorubicin can affect how the heart works. The 
								effect on the heart depends on the dose given. 
								It is very unusual for the heart to be affected 
								by standard doses of this treatment. If affected 
								the heart normally goes back to normal once the 
								chemotherapy is finished. Tests to see how your 
								heart is working may sometimes be carried out 
								before the drug is given. 
								
								Hair loss 
								
								This is more likely to occur if you are being 
								treated with Myocet than Caelyx, although it can 
								happen with both. It usually starts 2-4 weeks 
								after the first dose of liposomal doxorubicin, 
								although it may occur earlier. Your hair may 
								just thin but could fall out completely, 
								although this is rare. You may also have 
								thinning and loss of eyelashes, eyebrows and 
								other body hair. Hair loss| is temporary and 
								your hair will start to regrow once the 
								treatment ends. 
								
								Injection site If you notice any stinging or 
								burning around the vein while the drug is being 
								given, or any leakage of fluid from the cannula 
								site it is very important that you tell the 
								doctor or nurse. 
								
								If the area around the injection site becomes 
								red or swollen you should either tell the doctor 
								on the ward or, if you are at home you should 
								ring the clinic or ward and ask to speak to the 
								doctor or nurse. 
								
								Risk of blood clots Cancer can increase your 
								risk of developing a blood clot (thrombosis), 
								and having chemotherapy may increase this risk 
								further. A blood clot may cause symptoms such as 
								pain, redness and swelling in a leg, or 
								breathlessness and chest pain. Blood clots can 
								be very serious so it is important to tell your 
								doctor straightaway if you have any of these 
								symptoms. However, most clots can usually be 
								successfully treated with drugs to thin the 
								blood. Your doctor or nurse can give you more 
								information. 
								
								Other medicines Some medicines may be harmful to 
								take when you are having chemotherapy, including 
								those you can buy in a shop or chemist. Let your 
								doctor know about any medicines you are taking, 
								including over-the-counter drugs, complementary 
								therapies and herbal drugs 
								
								Fertility Your ability to become pregnant or 
								father a child may be affected by taking this 
								drug. It is important to discuss fertility| with 
								your doctor before starting treatment. 
								
								Contraception It’s not advisable to become 
								pregnant or father a child while taking 
								liposomal doxorubicin, as the developing foetus 
								may be harmed. It is important to use effective 
								contraception while taking this drug, and for at 
								least a few months afterwards. Again, discuss 
								this with your doctor. |