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Cancro de Mama Metastatico Raro  (Portuguese)

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O CANCRO 

No mundo inteiro, milhões de pessoas vivem com o diagnóstico de cancro.

A investigação constante, numa área de intervenção tão importante como o cancro é, inquestionavelmente, necessária. Cada vez se sabe mais sobre as suas causas, sobre a forma como se desenvolve e cresce, ou seja, como progride. Estão, também, a ser estudadas novas formas de o prevenir, detectar e tratar, tendo sempre em atenção a melhoria da qualidade de vida das pessoas com cancro, durante e após o tratamento.

 

O QUE É O CANCRO? 

O cancro é a proliferação anormal de células.

 

O cancro tem início nas células; um conjunto de células forma um tecido e, por sua vez, os tecidos formam os órgãos do nosso corpo. Normalmente, as células crescem e dividem-se para formar novas células. No seu ciclo de vida, as células envelhecem, morrem e são substituídas por novas células.

 

Algumas vezes, este processo ordeiro e controlado corre mal: formam-se células novas, sem que o organismo necessite e, ao mesmo tempo, as células velhas não morrem. Este conjunto de células extra forma um tumor.

Nem todos os tumores correspondem a cancro. Os tumores podem ser benignos ou malignos.

 

Os tumores benignos não são cancro:

Raramente põem a vida em risco;

Regra geral, podem ser removidos e, muitas vezes, regridem;

As células dos tumores benignos não se "espalham", ou seja, não se disseminam para os tecidos em volta ou para outras partes do organismo (metastização à distância).

 

Os tumores malignos são cancro:

Regra geral são mais graves que os tumores benignos;

Podem colocar a vida em risco;

 

Podem, muitas vezes, ser removidos, embora possam voltar a crescer;

As células dos tumores malignos podem invadir e danificar os tecidos e órgãos circundantes; podem, ainda, libertar-se do tumor primitivo (primitivo) e entrar na corrente sanguínea ou no sistema linfático - este é o processo de metastização das células cancerígenas, a partir do cancro original (tumor primário), formando novos tumores noutros órgãos.

 

O nome dado à maioria dos cancros provém do tumor inicial. Por exemplo, o cancro do pulmão tem início no pulmão e o cancro da mama tem início na mama. O linfoma é um cancro que tem início no sistema linfático e a leucemia tem início nas células brancas do sangue (leucócitos).

 

As células cancerígenas podem "viajar" para outros órgãos, através do sistema linfático ou da corrente sanguínea. Quando o cancro metastiza, o novo tumor tem o mesmo tipo de células anormais do tumor primário. Por exemplo, se o cancro da mama metastizar para os ossos, as células cancerígenas nos ossos serão células de cancro da mama; neste caso, estamos perante um cancro da mama metastizado, e não um tumor ósseo, devendo ser tratado como cancro da mama. 

O CANCRO DA MAMA

O cancro da mama é o tipo de cancro mais comum entre as mulheres (não considerando o cancro da pele), e corresponde à segunda causa de morte por cancro, na mulher.

 

Em Portugal, anualmente são detectados cerca de 4500 novos casos de cancro da mama, e 1500 mulheres morrem com esta doença.

 

O cancro da mama é uma das doenças com maior impacto na nossa sociedade, não só por ser muito frequente, e associado a uma imagem de grande gravidade, mas também porque agride um órgão cheio de simbolismo, na maternidade e na feminilidade.

 

Neste capítulo, poderá encontrar informação importante sobre o cancro da mama. Serão abordadas as causas possíveis, o rastreio, sintomas, diagnóstico, tratamento, e recuperação. Contém, ainda, informação para ajudar as mulheres com cancro da mama a lidarem com a doença.

Cancro da Mama no Homem

 

Em Portugal, cerca de 1% de todos os cancros da mama são no homem. Grande parte da informação apresentada sobre o cancro da mama é, também, aplicável a homens com cancro da mama.

 

A investigação continua a esclarecer questões relacionadas com o cancro da mama: são descobertos novos dados acerca das suas causas e novos modos de prevenir, detectar e tratar esta doença. Assim, as pessoas com cancro da mama podem esperar uma melhor qualidade de vida e menor hipótese de morrer devido a esta doença. 

A MAMA 

A mama é uma glândula que pode produzir leite. Cada mama assenta nos músculos do peito (peitorais) que cobrem as costelas.

 

Cada mama encontra-se dividida em 15 a 20 secções, os chamados lobos. Os lobos contêm muitos lóbulos mais pequenos. Os lóbulos contêm grupos de pequenas glândulas que produzem leite. O leite flui dos lóbulos através de uns tubos finos, os ductos, até ao mamilo. O mamilo é o centro de uma área escura de pele, a aréola. O espaço entre os lóbulos e os ductos é preenchido com gordura.

 

A mama também tem vasos linfáticos, que transportam um líquido límpido - a linfa. Os vasos linfáticos terminam nuns órgãos pequenos e arredondados - os gânglios linfáticos. Encontram-se grupos de gânglios linfáticos perto da mama, nas axilas (debaixo do braço), acima da clavícula, no peito (atrás do esterno), e em muitas outras partes do corpo. Os gânglios linfáticos "prendem" e retêm bactérias, células cancerígenas, ou outras substâncias malignas, que se podem encontrar no sistema linfático. Quando as células de cancro da mama entram no sistema linfático, podem ser encontradas nos gânglios linfáticos próximo da mama (regionais).

 

CANCRO DA MAMA: QUEM ESTÁ EM RISCO

 

Não é conhecida uma causa específica para o cancro da mama

 

Sabemos que embates violentos na mama não provocam, por si só, cancro da mama; no entanto, é conveniente ter cuidado com as mamas. O cancro da mama não é contagioso: ninguém "apanha" a doença de outra pessoa.

 

A investigação tem demonstrado que há mulheres que apresentam um risco aumentado para cancro da mama, que se pensa estar associado a determinados factores de risco (factores que aumentam a probabilidade de uma pessoa desenvolver uma doença). Foram já identificados alguns factores de risco para o cancro da mama:

 

    * Idade: a possibilidade de ter cancro da mama aumenta com o aumento da idade; uma mulher com mais de 60 anos apresenta maior risco. O cancro da mama é menos comum antes da menopausa.

    * História pessoal de cancro da mama: uma mulher que já tenha tido cancro da mama (numa mama), tem maior risco de ter esta doença na outra mama.

    * História familiar: o risco de uma mulher ter cancro da mama está aumentado se houver história familiar de cancro da mama, ou seja, se a sua mãe, tia ou irmã tiveram cancro da mama, especialmente em idades mais jovens (antes dos 40 anos); ter outros familiares com cancro da mama, do lado materno ou paterno da família pode, também, aumentar o risco.

    * Algumas alterações da mama: algumas mulheres, apresentam células mamárias que parecem anormais, quando vistas ao microscópio; ter determinado tipo de células anormais, como sejam a hiperplasia atípica ou o carcinoma lobular in situ , aumenta o risco de cancro da mama.

    * Alterações genéticas: alterações em certos genes (BRCA1, BRCA2, entre outros) aumentam o risco de cancro da mama; em famílias onde muitas mulheres tiveram a doença, os testes genéticos podem, por vezes, demonstrar a presença de alterações genéticas específicas. Assim sendo, em mulheres que apresentem estas alterações genéticas, podem ser sugeridas medidas para tentar reduzir o risco de cancro da mama e melhorar a detecção precoce da doença.

    * Primeira gravidez depois dos 31 anos

    * História menstrual longa: mulheres que tiveram a primeira menstruação em idade precoce (antes dos 12 anos de idade), tiveram uma menopausa tardia (após os 55 anos) ou que nunca tiveram filhos (nuliparidade), apresentam um risco aumentado.

    * Terapêutica hormonal de substituição: mulheres que tomam terapêutica hormonal para a menopausa (apenas com estrogénios ou estrogénios e progesterona), durante 5 ou mais anos após a menopausa parecem, também, apresentar maior possibilidade de desenvolver cancro da mama.

    * Raça: o cancro da mama ocorre com maior frequência em mulheres caucasianas (brancas), comparativamente a mulheres Latinas, Asiáticas ou Afro-Americanas.

    * Radioterapia no peito: mulheres que tenham feito radioterapia ao peito, incluindo as mamas, antes dos 30 anos, apresentam um risco aumentado para cancro da mama; esta situação inclui mulheres com linfoma de Hodgkin que foram tratadas com radiação - estudos publicados demonstram que, quanto mais nova era a mulher, na altura dos tratamentos com radioterapia, mais elevado é o risco de vir a ter cancro da mama.

    * Densidade da mama: mulheres mais velhas que apresentam, essencialmente, tecido denso (não gordo) numa mamografia (raio-X da mama), têm risco aumentado para cancro da mama.

    * Obesidade após a menopausa: as mulheres que são obesas, após a menopausa, apresentam um risco aumentado de desenvolver cancro da mama. A obesidade está relacionada com uma proporção anormalmente elevada de gordura corporal; tendo em conta que o corpo produz alguns estrogénios (hormona feminina) no tecido gordo é, assim, mais provável que as mulheres obesas apresentem níveis elevados de estrogénios e, consequentemente, risco aumentado para cancro da mama. Alguns estudos demonstram que o aumento de peso, após a menopausa, aumenta o risco de cancro da mama.

    * Inactividade física: mulheres que são fisicamente inactivas, durante a sua vida, parecem ter um risco aumentado para cancro da mama; estar fisicamente activa pode ajudar a diminuir este risco, através da prevenção do aumento de peso e da obesidade.

    * Bebidas alcoólicas: alguns estudos sugerem haver relação entre a maior ingestão de bebidas alcoólicas e o risco aumentado de ter cancro da mama.

 

Na área Sintomas, estão descritos outros factores de risco ainda em estudo.

 

Muitos dos factores de risco citados podem ser evitados; outros, como a história familiar, não podem ser evitados. É, no entanto, útil saber e estar consciente dos factores de risco, ainda que muitas mulheres com estes factores de risco não apresentem cancro da mama.

 

A maioria das mulheres que desenvolvem cancro da mama não tem história de cancro da mama na sua família; de facto, com excepção do envelhecimento, muitas mulheres com cancro da mama não apresentam fortes factores de risco para a doença.

 

Se pensa estar em risco de ter cancro da mama, deve discutir este facto com o médico; este pode sugerir modos de reduzir o risco e planear um calendário adequado para os exames médicos.

 

DETECÇÃO DO CANCRO DA MAMA

 

Deve falar com o médico acerca do seu risco pessoal para ter cancro de mama; deve colocar questões acerca de quando começar e com que frequência deve fazer exames para despiste da doença. Estas decisões, tal como muitas outras, devem ser estabelecidas individualmente para cada pessoa.

 

É muito importante fazer exames de rastreio, antes de surgirem quaisquer sinais ou sintomas; só assim poderá ajudar os médicos a detectar e tratar precocemente o cancro. Se o cancro for detectado precocemente, a probabilidade do tratamento ser eficaz e bem sucedido é muito mais elevada.

 

O médico pode sugerir a realização de exames de rastreio do cancro da mama, antes de se desenvolverem quaisquer sintomas:

 

    * Auto-exame da mama

    * Mamografia de rastreio

    * Exame clínico da mama

    * Mamografia de Diagnóstico

 

Para a detecção precoce do cancro da mama, é recomendado que:

 

    * Mulheres com 40 anos ou mais, devem fazer uma mamografia (raio-X da mama) anualmente ou em cada dois anos.

    * Mulheres que apresentem um risco aumentado (relativamente à média) de ter cancro da mama, devem falar com o seu médico acerca de fazer uma mamografia antes dos 40 anos, e saber qual a frequência para as próximas.

 

A mamografia mostra, muitas vezes, um nódulo (ou caroço) na mama, antes que este possa ser sentido ou palpado. Pode, também, mostrar uma agregação de pequenas partículas de cálcio. As partículas chamam-se microcalcificações. Tanto os caroços como estas agregações podem ser sinais de cancro.

 

Na mamografia, se o médico identificar uma área anormal, pode pedir que seja repetida a mamografia. Pode, ainda, ser necessário fazer uma biópsia. A biópsia é o único processo através do qual se podem ter certezas quanto à existência de cancro. Para mais informações sobre a biópsia, pode consultar a área Diagnóstico.

 

A mamografia é a melhor "ferramenta" de que os médicos dispõem para descobrir o cancro em fase precoce. No entanto, saiba que:

 

    * A mamografia pode não detectar alguns cancros que estejam já presentes; são os chamados "falsos negativos".

    * A mamografia pode detectar alguma coisa que, mais tarde, se verifique não ser um cancro: são os chamados "falsos positivos".

    * Alguns tumores, de crescimento rápido, podem já se ter metastizado para outras partes do corpo, antes que a mamografia os tenha detectado.

    * A mamografia (bem como os raios-X aos dentes, e outros raios-X de rotina) usa doses muito pequenas de radiação. Regra geral, os benefícios superam os riscos, a exposição repetida aos raios-X pode ser nociva. É boa ideia a mulher falar com o seu médico sobre a necessidade de realizar cada raio-X, e perguntar sobre a utilização de protecção noutras partes do corpo, durante a realização da mamografia.

 

EXAME CLÍNICO DA MAMA

 

Durante um exame clínico da mama, o médico palpa as mamas em diferentes posições: enquanto está de pé, sentada e deitada. O médico pode pedir que levante os braços acima da cabeça, que os deixe caídos ou que faça força com as mãos contra as coxas.

 

O médico procura quaisquer diferenças entre as mamas, incluindo diferenças invulgares de tamanho ou forma. Na pele, é verificada a presença de vermelhidão, depressões cutâneas ou outros sinais anormais. Os mamilos devem ser pressionadas para verificar se existe alguma secreção ou perda de líquido.

 

O médico poderá examinar toda a mama, usando a ponta dos dedos para sentir quaisquer alterações e/ou nódulos, a área axilar e a área da clavícula, primeiro de um lado e depois do outro (esquerdo e direito), Um nódulo apresenta, geralmente, o tamanho de uma ervilha, antes que alguém o consiga sentir ou palpar. Podem ser verificados os gânglios linfáticos perto da mama, para ver se estão inchados.

 

Um exame clínico completo da mama, pode demorar cerca de 10 minutos a ser realizado.

 

AUTO-EXAME DA MAMA

 

O auto-exame da mama deverá ser feito mensalmente, para avaliar quaisquer alterações nas mamas. Quando faz este exame, é importante lembrar que as mamas são diferentes, de mulher para mulher, e que podem surgir alterações, devidas à idade, ao ciclo menstrual, gravidez, menopausa, ou à toma de pílulas anticoncepcionais, ou outras hormonas. É normal sentir que as mamas são um pouco irregulares, e não lisas. Também é comum que as mamas se apresentem inchadas e sensíveis, no período antes da menstruação.

 

Se notar algo não usual, durante o auto-exame da mama ou em qualquer outra altura, deve sempre contactar o médico, logo que possível.

 

A melhor altura para realizar o auto-exame da mama, é aproximadamente uma semana depois da menstruação (no fim do período menstrual). Se não tem uma menstruação regular, deverá realizar, preferencialmente, o auto-exame sempre no mesmo dia de cada mês.

 

Para realizar o auto-exame de forma correcta, deverá colocar-se de pé, em frente a um espelho, com os braços caídos ao longo do corpo. É importante estar relaxada e certificar-se de que pode fazer o auto-exame calmamente, sem interrupções.

 

   1. Compare as duas mamas, tendo em atenção a forma e o tamanho. Não é invulgar que uma mama seja maior que a outra. Verifique se as mamas apresentam nódulos ou saliências; observe se houve alguma mudança no tamanho ou aspecto das mamas (como sejam a formação de rugas ou pregas, depressões ou descamação da pele). Verifique se os mamilos estão normais (ou, pelo contrário, se estão retraídos ou escondidos). No mamilo, tente detectar a possível presença de nódulos, o aparecimento de algum tipo de secreção ou perda de líquido. Observe as mesmas características mas, agora, com os braços em diferentes posições.

   2. Levante o braço esquerdo. Examine a mama esquerda com a mão direita, pressionando com a ponta dos dedos. Palpe a mama esquerda, de forma minuciosa e calma. Comece pela extremidade exterior, realizando movimentos circulares. Palpe toda a mama. Examine, também, a área próxima da axila, passando pela clavícula, bem como a zona abaixo da mama.

   3. Pressione, suavemente, o mamilo e verifique se existe algum tipo de secreção ou perda de líquido.

   4. Repita os passos 2 e 3 mas, agora, na mama direita.

   5. Repita os passos 2 e 3 nas duas mamas, deitada. Deve deitar-se de costas, com o braço sobre a cabeça e colocando uma almofada (ou uma toalha dobrada) sob o ombro do lado da mama que vai examinar.

 

Esta posição é favorável a um bom exame da mama.

 

É importante, lembrar que o auto-exame da mama não substitui a mamografia regular de rastreio.

 

SINAIS E SINTOMAS DO CANCRO DA MAMA 

O cancro da mama pode causar alterações físicas visíveis, que devem ser observadas com atenção:

 

    * Qualquer alteração na mama ou no mamilo, quer no aspecto quer na palpação;

    * Qualquer nódulo ou espessamento na mama, perto da mama ou na zona da axila;

    * Sensibilidade no mamilo;

    * Alteração do tamanho ou forma da mama;

    * Retracção do mamilo (mamilo virado para dentro da mama);

    * Pele da mama, aréola ou mamilo com aspecto escamoso, vermelho ou inchado; pode apresentar saliências ou reentrâncias, de modo a parecer "casca de laranja".

    * Secreção ou perda de líquido pelo mamilo.

 

Apesar dos estadios iniciais do cancro não causarem dor, se sentir dor na mama ou qualquer outro sintoma que não desapareça, deve consultar o médico. Na maioria das vezes, estes sintomas não estão associados a cancro, mas é importante ser vista pelo médico, para que qualquer problema possa ser diagnosticado e tratado atempadamente.

FORMAS DE DIAGNÓSTICO DO CANCRO DA MAMA

Se tiver uma alteração na mama, o médico deverá determinar qual a sua causa (ou etiologia): pode não ser cancro. Neste caso, deverá fazer um exame físico. O médico irá fazer perguntas relacionadas com a história clínica e familiar. Se tiver realizado alguma mamografia ou outro exame imagiológico, com imagens dos tecidos internos da mama, deverá levá-los e mostrar ao médico. Depois de avaliar estes exames, o médico poderá decidir que não são necessários quaisquer exames adicionais, nem mesmo tratamento. No entanto, pode precisar de fazer uma biópsia, para verificar se na zona suspeita existem células cancerígenas.

EXAME CLÍNICO DA MAMA

O médico palpa cada uma das mamas, procurando a possível presença de nódulos ou gânglios, e verifica se há outros problemas. Se a mulher tiver um nódulo na mama, o médico deverá conseguir caracterizá-lo através da palpação (pelo tacto), sentindo o nódulo e a pele à sua volta. Na palpação, os nódulos benignos são diferentes dos cancerígenos. O médico pode verificar o tamanho, a forma, e a textura do nódulo, e sentir se este se move facilmente. Os gânglios que se apresentam macios, lisos, redondos e móveis são, provavelmente, benignos. Um nódulo duro, com forma estranha e irregular, que se sente bem preso (ou fixo) dentro da mama é, provavelmente, cancro.

MAMOGRAFIA DE DIAGNÓSTICO

A mamografia de diagnóstico é constituída por imagens de raio-X da mama, para que sejam obtidas imagens mais claras e detalhadas de qualquer área que pareça suspeita ou anormal.

ECOGRAFIA (ULTRASONOGRAFIA)

Através de ondas de som de alta-frequência, a ecografia (ultrasons) pode, frequentemente, mostrar se um nódulo é um quisto, cheio de líquido, ou uma massa sólida que pode, ou não, ser cancerígena. O médico vê estas imagens num monitor. Após o exame, as imagens podem ser impressas ou gravadas em vídeo. Este exame pode ser usado em conjunto com a mamografia, como complemento imagiológico.

RESSONÂNCIA MAGNÉTICA

Na ressonância magnética (RM), liga-se um potente íman a um computador, para que sejam produzidas imagens mais detalhadas dos tecidos internos da mama. O médico vê estas imagens num monitor ou pode gravá-las em filme. A RM pode ser usada em conjunto com a mamografia.

BIÓPSIA

Muitas vezes é necessário retirar tecido ou líquido da mama, para ajudar o médico a perceber se é um cancro. A este procedimento chamamos biópsia. Para efectuar uma biópsia, o médico pode recomendar uma consulta com um cirurgião ou um médico especializado em doenças da mama.

Por vezes, uma área suspeita, visível numa mamografia, não é palpável (sentida) no exame clínico da mama. O médico poderá usar aparelhos que fornecem imagens, para ver a área onde será retirado o tecido. Estes procedimentos incluem a biópsia guiada por ultra-sons, com agulha localizada ou estereotáxica.

Os médicos podem retirar células ou tecido da mama, recorrendo a diferentes métodos:

  • Aspiração com agulha fina: o médico usa uma agulha fina para remover líquido e/ou células de um nódulo na mama, que deverá ser analisado num laboratório, onde um patologista usa um microscópio para procurar células cancerígenas.
  • Biópsia "Core": o médico usa uma agulha para remover tecido mamário. Um patologista analisa o tecido, para ver se tem células cancerígenas; este procedimento é, também, chamado microbiópsia.
  • Biópsia cirúrgica: numa biópsia incisional, o cirurgião remove uma amostra de um nódulo ou de uma zona anormal. Se for uma biópsia excisional, o cirurgião remove completamente o nódulo ou a zona anormal. Posteriormente, um patologista analisa o tecido retirado, para ver se tem células cancerígenas.

Se existirem células cancerígenas, o patologista pode, então, caracterizar o tipo de cancro. O tipo de cancro da mama mais comum é o carcinoma ductal: tem início no interior dos ductos (canais de passagem do leite). Outro tipo de cancro da mama é o carcinoma lobular: tem início nos lóbulos (locais onde se forma e armazena o leite).

Se precisar de fazer uma biópsia, pode ter diversas perguntas para colocar ao médico:

  • Que tipo de biópsia vou fazer? Porquê?
  • Quanto tempo irá demorar? Estarei acordada? Vai doer? Serei anestesiada? Qual será o tipo de anestesia?
  • Quando irei saber os resultados?
  • Existem alguns riscos? Quais são as hipóteses de infecção ou sangramento, após a biópsia?
  • Se eu tiver cancro, quem irá falar comigo acerca do tratamento? Quando?

EXAMES ADICIONAIS

Se o diagnóstico for cancro, o médico poderá pedir testes laboratoriais especiais, no tecido que foi removido. Os resultados destes testes irão ajudar o médico a saber mais sobre o cancro e a planear adequadamente o tratamento.

Todas as mulheres com cancro da mama irão fazer o teste dos receptores hormonais. Esta informação é relevante para saber se o cancro necessita de hormonas (estrogénios ou progesterona) para se desenvolver. Os resultados podem condicionar a escolha e planeamento do tratamento.

Na amostra do tecido mamário deverá, também, ser analisado e pesquisado o aumento (ou sobre-expressão) do receptor-2 para o factor de crescimento epidérmico humano (HER2) - receptor existente na membrana das células tumorais, também designado gene HER2/neu . Esta alteração corresponde a um sub-tipo específico de cancro da mama, denominado cancro da mama HER2 positivo (HER2+); este aumento é detectado, nos tecidos, por uma técnica laboratorial. O cancro da mama HER2+ está associado a maior agressividade da doença. Existe uma terapêutica (com um anticorpo monoclonal) específica para as células HER2+. Saiba mais sobre Cancro da Mama HER2+ aqui.

CANCRO DA MAMA: TRATAMENTOS DISPONÍVEIS

As mulheres com cancro da mama têm várias opções de tratamento. Estes tratamentos incluem cirurgia, quimioterapia, radioterapia, terapêutica hormonal e terapêuticas dirigidas.

Na maioria dos casos, o factor mais importante, na escolha do tratamento, é o estadio da doença.

Muitas mulheres recebem mais do que um tipo de tratamento. Adicionalmente, em qualquer estadio da doença podem ser administrados medicamentos para controlar a dor e outros sintomas do cancro, bem como para aliviar os possíveis efeitos secundários do tratamento. Estes tratamentos são designados como tratamentos de suporte, para controlo dos sintomas ou cuidados paliativos.

O tratamento para o cancro pode ser local ou sistémico:

  • Tratamento local: a cirurgia e a radioterapia são tratamentos locais: removem ou "destroem" as células do cancro na mama. Se o cancro da mama tiver metastizado para outras partes do corpo, a terapêutica local pode ser usada apenas para controlar a doença, nessa área específica, mas em mais nenhum local.
  • Tratamento sistémico: quimioterapia, terapêutica hormonal e terapêuticas dirigidas, também chamadas terapêuticas alvo (nos quais se incluem os anticorpos monoclonais, ou terapêuticas com pequenas moléculas); estes tratamentos "entram" na corrente sanguínea e "destroem" ou controlam o cancro, em todo o corpo. Algumas mulheres com cancro da mama podem, ainda, receber terapêutica sistémica para diminuir o tamanho do tumor, antes da cirurgia ou da radioterapia, para que a intervenção seja menos extensa - tratamento neo-adjuvante. Outras, recebem terapêutica sistémica após a cirurgia e/ou radioterapia, para prevenir que alguma célula cancerígena tenha permanecido e seja responsável pelo retorno do cancro. Os tratamentos sistémicos também são usados no cancro metastizado.

A maioria das mulheres quer saber de que forma o tratamento poderá alterar as suas actividades diárias normais, e como vai ficar a sua aparência, durante e após o tratamento. O médico é a pessoa indicada para lhe dar toda a informação relacionada com a escolha dos tratamentos, possíveis efeitos secundários e resultados esperados com o tratamento. Cada mulher deverá desenvolver, com o seu médico, um plano de tratamento que seja compatível, dentro do possível, com as suas necessidades, valores pessoais e estilo de vida.

Antes de iniciar o tratamento, pode querer colocar algumas questões ao médico:

  • Quais as opções possíveis de tratamento? O que recomenda para o meu caso específico? Porquê?
  • Quais os benefícios esperados com cada tipo de tratamento?
  • Quais os riscos e possíveis efeitos secundários de cada tratamento?
  • Quanto irá custar o tratamento? Este tratamento estará coberto pela minha apólice de seguro?
  • Em que medida irá o tratamento afectar as minhas actividades normais?
  • No meu caso específico, seria adequada a participação num ensaio clínico?

Se não colocar todas as questões de uma vez, não fique preocupada; terá outras ocasiões para o fazer, e para pedir ao médico que lhe explique qualquer tema que não esteja claro e pedir mais informações.

CIRURGIA

No cancro da mama, a cirurgia é o tratamento mais comum. Existem vários tipos de cirurgia; o médico explicar-lhe-á cada tipo de cirurgia, analisando benefícios e riscos, e descrever o impacto físico de cada abordagem, na mulher.

  • Cirurgia conservadora: nesta cirurgia, é removido o cancro, e não a mama toda; pode ser uma tumorectomia, uma mastectomia segmentar ou uma mastectomia parcial.
    Muitas vezes o cirurgião remove, também, os gânglios linfáticos axilares, para ver se as células cancerígenas entraram já no sistema linfático. O procedimento para remover estes gânglios chama-se dissecção ou esvaziamento dos gânglios linfáticos axilares.
    Depois de uma cirurgia conservadora, a maioria das mulheres faz radioterapia, na mama operada, para destruir qualquer célula cancerígena que possa, ainda, ter ficado, depois da cirurgia.
  • Mastectomia: nesta cirurgia, é removida toda a mama. Na maioria dos casos, o cirurgião remove, também, os gânglios linfáticos axilares. Depois da cirurgia, pode fazer radioterapia.

Para o cancro da mama em estadio I e II (localizado ou localmente avançado), verificou-se que a taxa de sobrevivência é igual, para a cirurgia conservadora (com radioterapia) e mastectomia.

Existe um novo método para detecção de células cancerígenas nos gânglios linfáticos, chamado biópsia do gânglio sentinela: nesta operação, um cirurgião especialmente treinado remove apenas alguns gânglios linfáticos, em vez de remover um número muito superior de gânglios axilares, diminuindo a possibilidade de desenvolver edema linfático; o gânglio sentinela é o primeiro gânglio para onde as células cancerígenas provavelmente metastizaram sendo, por isso, chamado de gânglio “sentinela”.

Na cirurgia conservadora (mantém a mama), o cirurgião remove o tumor e algum tecido em volta; por vezes, uma biópsia excisional, onde há remoção de todo o tumor, serve como tumorectomia. Ocasionalmente pode, ainda, ser removido algum revestimento dos músculos peitorais, subjacentes ao tumor. Regra geral são removidos alguns gânglios linfáticos axilares.

Na mastectomia radical modificada, o cirurgião remove toda a mama, a maioria ou mesmo todos os gânglios linfáticos axilares e, frequentemente, o revestimento sobre os músculos torácicos.

Antes da cirurgia, pode querer colocar algumas questões ao médico:

  • Que tipo de cirurgia poderá ser considerada, no meu caso específico? A cirurgia conservadora, que mantém a mama, é uma opção para mim?
  • Quais são os riscos da cirurgia?
  • Os meus gânglios linfáticos serão removidos? Quantos? Porquê? Quais as possíveis consequências da remoção dos gânglios?
  • Como me irei sentir depois da operação? Quanto tempo vou ficar hospitalizada?
  • Vou precisar de ter cuidados especiais? Como deverei tratar a minha incisão, ou cicatriz, quando for para casa?
  • Onde serão as cicatrizes? Como será o seu aspecto?
  • Se eu decidir fazer uma cirurgia plástica, para reconstrução da minha mama, como e quando poderei fazê-lo? Pode sugerir-me um cirurgião?
  • Terei que fazer exercícios especiais, para ajudar a recuperar os movimentos e ganhar força, no braço e ombro? Deverei consultar um fisioterapeuta ou uma enfermeira para me ensinarem a fazer os exercícios?
  • Quando poderei voltar à minha actividade normal? Que tipo de actividades deverei evitar?

Haverá alguém com quem eu possa falar, que tenha feito a mesma cirurgia que eu vou fazer?

Pode querer fazer uma reconstrução da mama, ou seja, uma cirurgia plástica para "refazer" a forma da mama: esta poderá ser feita em simultâneo com a mastectomia, ou mais tarde. Se considerar fazer a reconstrução da mama, pode querer falar com um cirurgião plástico, antes de fazer a mastectomia.

RADIOTERAPIA

A radioterapia, ou terapêutica por radiações, consiste na utilização de raios altamente energéticos para matar as células cancerígenas. Faz-se, geralmente, depois de uma cirurgia conservadora da mama. Por vezes, dependendo da dimensão do tumor e de outros factores, a radioterapia pode também ser usada depois da mastectomia. A radiação destrói as células do cancro da mama que possam ainda ter ficado, depois da cirurgia.

Algumas mulheres fazem radioterapia antes da cirurgia, para destruir células cancerígenas e diminuir o tamanho do tumor, ou seja, em contexto "neo-adjuvante"; esta situação é mais utilizada quando o tumor é grande ou a sua remoção por cirurgia não é fácil. Nestes casos, podem fazer apenas radioterapia (monoterapia), ou podem fazer radioterapia com quimioterapia ou terapêutica hormonal.

Para tratar o cancro da mama, os médicos usam dois tipos de radioterapia:

  • Radiação externa: a radiação provém de uma máquina. Para a radioterapia externa, a mulher com cancro da mama vai para um hospital ou clínica. Geralmente, os tratamentos são realizados durante 5 dias por semana, durante várias semanas.
  • Radiação interna (radiação por implante ou braquiterapia): a radiação provém de material radioactivo contido em finos tubos de plástico, colocados directamente na mama. Para fazer radiação por implante, a doente fica no hospital. Os implantes permanecem no local, ou seja, na mama, durante vários dias; são retirados antes de ir para casa.

Algumas mulheres com cancro da mama fazem os dois tipos de radioterapia.

Antes da radioterapia, pode querer colocar algumas questões ao médico:

  • Porque é que preciso de fazer este tratamento?
  • Quais são os benefícios, riscos e efeitos secundários deste tratamento? Irá afectar a minha pele?
  • Poderá haver efeitos a longo prazo?
  • Quando será iniciado o tratamento? Como iremos saber se o tratamento está a ser eficaz? Quando termina o tratamento?
  • Como irei sentir-me durante o tratamento? Vou conseguir deslocar-me pelos meus próprios meios para o tratamento?
  • Que cuidados deverei ter antes, durante e após a radioterapia?
  • Posso continuar com as minhas actividades normais?
  • Como será o aspecto da minha mama depois da radioterapia?
  • Qual é a possibilidade de voltar a ter cancro na mesma mama?
  • Com que frequência terei que fazer exames?

QUIMIOTERAPIA

A quimioterapia consiste na utilização de fármacos para matar as células cancerígenas. A quimioterapia para o cancro da mama é constituída, geralmente, por uma associação de fármacos. Os fármacos podem ser administrados oralmente, sob a forma de comprimidos, ou através de uma injecção intravenosa (i.v.), na veia. Em qualquer das situações, os fármacos entram na corrente sanguínea e circulam por todo o organismo - terapêutica sistémica.

A maioria das pessoas com cancro da mama fazem quimioterapia em regime de ambulatório (no hospital, no consultório do médico ou em casa), ou seja, não ficam internadas no hospital. No entanto, algumas podem precisar de ficar no hospital, enquanto fazem a quimioterapia.

TERAPÊUTICA HORMONAL

A terapêutica hormonal impede que as células cancerígenas "tenham acesso" às hormonas naturais do nosso organismo - estrogénios e progesterona - que necessitam para se desenvolverem. Se os testes laboratoriais demonstrarem que o cancro da mama tem receptores hormonais, ou seja, que é "positivo para os receptores hormonais", pode fazer terapêutica hormonal. Tal como a quimioterapia, a terapêutica hormonal pode afectar as células de todo o organismo, pois tem actividade sistémica.

Na terapêutica hormonal são utilizados medicamentos que bloqueiam os receptores hormonais. Para além destes medicamentos, se ainda não estiver na menopausa, poderá fazer uma cirurgia para remoção dos ovários; os ovários são a principal fonte de produção de estrogénios do organismo (depois da menopausa, esta produção declina naturalmente, não sendo necessária a cirurgia)

TERAPÊUTICAS DIRIGIDAS

As terapêuticas dirigidas incluem os anticorpos monoclonais e terapêuticas com pequenas moléculas (como os inibidores da tirosina cinase). Estes medicamentos identificam alvos nas células cancerígenas ou substâncias normais que ajudam o crescimento das mesmas. Assim, atacam especificamente esses alvos, bloqueando o crescimento das células malignas e travando assim a sua disseminação, sem prejudicar as células normais, daí serem chamadas de terapêuticas dirigidas ou terapêuticas alvo.

As células cancerígenas necessitam de um fornecimento constante de sangue, para receberem oxigénio e nutrientes que garantam a sua sobrevivência. Para tal, ocorre a formação de vasos sanguíneos, um processo chamado de angiogénese. Há terapêuticas biológicas, como os anticorpos anti angiogénicos, que podem bloquear a formação destes vasos sanguíneos que alimentam o tumor.

Existe um sub-tipo específico de cancro da mama (consultar a área “Diagnóstico”, secção ”Exames adicionais”), denominado cancro da mama HER2 positivo (HER2+), correspondente a um aumento ou sobre-expressão do receptor HER2 existente na membrana das células tumorais. As mulheres com cancro da mama HER2+ podem ser tratadas com um anticorpo monoclonal específico para as células cancerígenas HER2+; ao bloquear os receptores HER2, este tratamento pode tornar mais lento, ou mesmo parar, o crescimento das células cancerígenas. Outro tipo de tratamento para o cancro da mama HER2 positivo inclui os inibidores da tirosina cinase, que podem também abrandar ou impedir o crescimento das células cancerígenas.

Antes de iniciar qualquer terapêutica sistémica, como a quimioterapia, hormonoterapia ou terapêuticas dirigidas, pode querer colocar algumas questões ao médico:

  • Porque é que preciso de fazer este tratamento?
  • Que tratamentos / medicamentos vou tomar? Qual o seu efeito?
  • Se preciso de tratamento hormonal, será melhor tomar medicamentos ou fazer uma cirurgia (para remoção dos ovários)?
  • Quando irei iniciar o tratamento? Quando termina?
  • Quais os benefícios esperados do tratamento? Como vamos saber se o tratamento está a ser eficaz?
  • Quais os riscos e possíveis efeitos secundários deste tratamento? O que posso fazer relativamente a essa questão? Quais os efeitos secundários que deverei partilhar consigo? Deverei fazer um registo detalhado dos efeitos que sentir? Poderá haver efeitos secundários a longo prazo?
  • Onde irei fazer o tratamento? Serei capaz de voltar para casa pelos meus próprios meios? Vou precisar de ficar no hospital?
  • Como é que o tratamento vai afectar as minhas actividades normais?
  • Acha que seria adequado participar num ensaio clínico?
  • Que cuidados terei que ter, depois dos tratamentos?
 
 
 

GRACIAS A POWERSTEPH65 PARA ESTE ARTICULO

by powersteph65  aka Ironside

MACMILLAN CANCER:    MYOCET is used to treat Breast Cancer Metastasis.

This is a new much ‘softer’ chemotherapy to treat advanced Breast Cancer. I have been in touch with Macmillan and they are very helpful with any questions one may have.  They have a good online service and information to help you through the side effects of chemotherapy. MYOCET is the chemotherapy I have been prescribed…SIX sessions , the minimum and after that we shall have to wait and see if I need  more.  I need not say ‘I hope not’.

My fourth session will be  on Wednesday 15 Sep 2010 and I would rather be any place anywhere than in THAT hospital.
I have lost my hair all but a few tufts which are hanging on in there, they shall remain ,I refuse to shave them off as to me this is my body showing defiance to my cancer .

 

Liposomal doxuribicin : MYOCET

So many people have been so kind and left wonderful messages. I am going through the side effects at the moment but promise I will answer every single one.

I need a few days to get through this.

Meanwhile, this is the treatment I am on…this in my case is for advanced Breast Cancer.

 Write up by Macmillan:

Liposomal doxorubicin (Caelyx®, Myocet®)

Liposomal doxorubicin is a chemotherapy| drug that is given as a treatment for some types of cancer . It is most commonly used to treat ovarian cancer| and Aids-related Kaposi’s sarcoma| , but may also be used to treat advanced breast cancer| .

* Pis a chemotherapy drug. In liposomal doxorubicin the molecules of the drug are enclosed (encapsulated) in a fatty coating known as liposome. The liposome allows the doxorubicin to remain in the body for longer so that a greater amount of chemotherapy is delivered to the cancer cells, while having fewer side effects on healthy tissue.

Liposomal doxorubicin isn’t suitable for everyone who needs doxorubicin and you may find it helpful to discuss this with your cancer specialist, who will be able to advise you on whether this type of treatment is appropriate for you.

There are two liposomal doxorubicin drugs that work in slightly different ways and are used to treat different types of cancer. These are Caelyx® and Myocet®.

Caelyx® is a form of doxorubicin| that is enclosed in liposomes. It is sometimes known as pegylated doxorubicin hydrochloride (PLDH). It is used to treat:

* Advanced ovarian cancer that has come back after being treated with a platinum-based chemotherapy drug.

* Women with advanced breast cancer who have an increased risk of heart damage from other chemotherapy drugs.

* Aids-related Kaposi’s sarcoma .

Myocet® , another form of liposomal doxorubicin, is used to treat advanced (metastatic) breast cancer| in combination with another chemotherapy drug, cyclophosphamide| .

What it looks like
Liposomal doxorubicin is a light red fluid.

How it is given
Liposomal doxorubicin may be given by a drip (infusion):

*  through a fine tube (cannula) placed into the vein, usually in the back of the hand

*  through a fine plastic tube that is inserted under the skin into a vein near the collarbone (central line )

*  into a fine tube that is inserted into a vein in the crook of your arm (PICC line ).

The Infusion usually takes 60-90 minutes.

Chemotherapy is usually given as a course of several sessions (cycles) of treatment over a few months. The length of your treatment and the number of cycles you have will depend on the type of cancer for which you are being treated. Your nurse or doctor will discuss your treatment plan with you.

Possible side effects

Each person’s reaction to chemotherapy is different. Some people have very few side effects; while others may experience more. The side effects described in this information won’t affect everyone who is given liposomal doxorubicin, and may be different if you are having more than one chemotherapy drug.

We have outlined the most common side effects and some of the less common ones, so that you can be aware of them if they occur. However, we haven’t included those that are very rare and therefore extremely unlikely to affect you. If you notice any effects which you think may be due to the drug, but which aren’t listed in this information, please discuss them with your doctor, chemotherapy nurse or pharmacist.

Lowered resistance to infection Liposomal doxorubicin can reduce the production of white blood cells by the bone marrow, making you more prone to infection| . This effect can begin seven days after treatment has been given, while your resistance to infection usually reaches its lowest point 10-14 days after chemotherapy. The number of your white blood cells will then increase steadily, and will usually have returned to normal levels before your next cycle of chemotherapy is due.

Contact your doctor or the hospital straight away if:

* your temperature goes above 38ºC (100.4ºF)

* you suddenly feel unwell (even with a normal temperature).

You will have a blood test before having more chemotherapy to make sure that your cells have recovered. Occasionally it may be necessary to delay your treatment if the number of blood cells (the blood count) is still low.

Bruising or bleeding Liposomal doxorubicin can reduce the production of platelets (which help the blood to clot). Let your doctor know if you have any unexplained bruising or bleeding, such as nosebleeds, blood spots or rashes on the skin, or bleeding gums.

Anaemia (low number of red blood cells) While having treatment with liposomal doxorubicin you may become anaemic. This may make you feel tired| and breathless| . Let your doctor or nurse know if these symptoms are a problem.

Sore mouth and ulcers Your mouth may become sore| , or you may notice small ulcers during this treatment. Drinking plenty of fluids, and cleaning your teeth regularly and gently with a soft toothbrush, can help to reduce the risk of this happening. Tell your nurse or doctor if you have any of these problems, as special mouthwashes and medicine to prevent or clear any mouth infection can be prescribed.

Taste changes You may notice that your food tastes different. Normal taste usually comes back after the treatment finishes.

Skin changes Your skin may darken, due to excess production of pigment. This usually returns to normal a few months after the treatment has finished.

Areas of skin that have previously been treated with radiotherapy may become sensitive again while you are being treated with liposomal doxorubicin.

Soreness and redness of the palms of the hands and soles of the feet If you are being treated with Caelyx, you may develop red palms and soles of the feet, sometimes referred to as palmar plantar, or hand and foot syndrome. This effect can begin after two or three cycles of treatment, but is temporary. It will usually begin to improve within 1-2 weeks after the treatment is finished. You may be prescribed vitamin B6 (pyridoxine), which can help to reduce this.

It can also help to keep your hands and feet cool and to avoid tight fitting clothing, such as socks, shoes and gloves. Palmar plantar is unlikely to happen if you are being treated with Myocet.

Hot flushes or backache Some people have hot flushes or backache when the drug is being given.

Sensitivity to the sun While you are having liposomal doxorubicin, and for several months afterwards, you will be more sensitive to the sun and your skin may burn more easily than normal. You can still go out in the sun, but always wear a high protection factor suncream and protective clothing.

Discoloured urine Your urine may become a red/orange colour. This may last for a few hours after having liposomal doxorubicin and is due to the colour of the drug. It is quite normal.

Fever, chills and allergic reactions Back pain, breathlessness, headaches and swelling of the face may occur from the time the drug is given. If you do develop these symptoms the infusion may be stopped and re-started at a slower rate. Your doctor may prescribe a drug that can reduce these side effects and which can be given before your next treatments.

Tiredness and feeling weak It is important to allow yourself plenty of time to rest.

Less common side effects

Feeling sick (nausea) and being sick (vomiting) If you do feel sick this may begin a few hours after the treatment is given and last for up to a day. Your doctor can prescribe very effective anti-sickness (anti-emetic) drugs to prevent, or greatly reduce, nausea and vomiting| .

If the sickness is not controlled, or continues, tell your doctor; they can prescribe other anti-sickness drugs which may be more effective. Some anti-sickness drugs can cause constipation. Let your doctor or nurse know if this is a problem.

Changes in the way your heart works Liposomal doxorubicin can affect how the heart works. The effect on the heart depends on the dose given. It is very unusual for the heart to be affected by standard doses of this treatment. If affected the heart normally goes back to normal once the chemotherapy is finished. Tests to see how your heart is working may sometimes be carried out before the drug is given.

Hair loss

This is more likely to occur if you are being treated with Myocet than Caelyx, although it can happen with both. It usually starts 2-4 weeks after the first dose of liposomal doxorubicin, although it may occur earlier. Your hair may just thin but could fall out completely, although this is rare. You may also have thinning and loss of eyelashes, eyebrows and other body hair. Hair loss| is temporary and your hair will start to regrow once the treatment ends.

Injection site If you notice any stinging or burning around the vein while the drug is being given, or any leakage of fluid from the cannula site it is very important that you tell the doctor or nurse.

If the area around the injection site becomes red or swollen you should either tell the doctor on the ward or, if you are at home you should ring the clinic or ward and ask to speak to the doctor or nurse.

Risk of blood clots Cancer can increase your risk of developing a blood clot (thrombosis), and having chemotherapy may increase this risk further. A blood clot may cause symptoms such as pain, redness and swelling in a leg, or breathlessness and chest pain. Blood clots can be very serious so it is important to tell your doctor straightaway if you have any of these symptoms. However, most clots can usually be successfully treated with drugs to thin the blood. Your doctor or nurse can give you more information.

Other medicines Some medicines may be harmful to take when you are having chemotherapy, including those you can buy in a shop or chemist. Let your doctor know about any medicines you are taking, including over-the-counter drugs, complementary therapies and herbal drugs

Fertility Your ability to become pregnant or father a child may be affected by taking this drug. It is important to discuss fertility| with your doctor before starting treatment.

Contraception It’s not advisable to become pregnant or father a child while taking liposomal doxorubicin, as the developing foetus may be harmed. It is important to use effective contraception while taking this drug, and for at least a few months afterwards. Again, discuss this with your doctor.

 

Note from User of Fulvestrant

This it is a new treatment only used in special cases due to the price. 1000.00 for two injections 2 x 250 mg. Not yet available in the now higher recommended dose of 500mg. so for the moment you need to by two 250 mg. Injected into each cheek in the muscle of the buttock and believe me I am still standing as the pain to sit is unbelievable.  Side effects not too bad...much better than Femara.

 

Wigs, I found it so hard to find any wigs that did not look false or were very expensive. I finally found simply wigs and have bought several from this company. The owners name Stuart, is very helpful and as it seems so many young girls now have cancer he has a very good choice and price.  http://www.simplywigs.co.uk/catalogue/ladies-wigs/index.html 

Delta Goodrem - Be Strong Lyrics